terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A pregação, o pregador e o Microfone.


Existem milhões de verbos e entre eles está o verbo “pregar”.  Neste pequeno artigo, quero me referir a estas três problemáticas principais: o pregador, a pregação e o microfone. Temos que saber delinear, ou melhor, diferenciar uma coisa da outra. Pregação não é a mesma coisa que pregador, embora sejam inseparáveis. Anunciar Jesus está para muito mais além do que realizar um bom e bonito discurso dialético, se atendo a um microfone, mas nunca se atendo aos textos Sagrados e aos livros dos principais teólogos. Não se pode haver corrida sem antes haver quem corra. Não se pode haver nenhuma ação sem antes haver quem a realize. Sendo assim, sabemos que é impossível que haja uma pregação sem antes haver quem á pregue, mas nem todo pregador precisa de microfone para anunciar Jesus.
Têm pessoas que se proclamam pregadores, mas não sabem o que estão pregando. seus discursos dialéticos não têm fundamentação. Não leram a Palavra de Deus e não escutaram ninguém, não estão preparadas para ir ao povo. Também tem gente que se diz cristão, mas não entende de cristologia, não conhecem a pessoa de Jesus Cristo, suas atitudes não condizem com as atitudes do Cristo e da igreja que diz fazer parte. Saber falar não é o mesmo que ser verdadeiro. É o caso da maioria dos retóricos que se atêm aos microfones, mas sabem que suas palavras são palavras levadas pelo vento, não chegam ao coração de ninguém porque não são verdadeiras.
Temos que ter mais respeito pelas pessoas. A palavra de Deus não é nossa, pertence ao povo, à  Igreja e precisa ser proclamada com sinceridade e sabedoria. Cristo foi, é, e será o maior pregador de todos os tempos. E a única mulher que melhor o conheceu foi a sua mãe Maria, pois ela o acolheu desde a maternidade até a sua morte na Cruz.
Se quisermos ser verdadeiros proclamadores da Palavra de Deus, temos que seguir os exemplos dessas duas pessoas: Maria e seu filho Jesus Cristo. Enquanto aqueles que se atêm aos microfones e aos grandes públicos e multidões, digo que só falar não basta. É muito importante que se tenha  uma boa retorica, mas é preciso que esta seja baseada nas palavras do Cristo e sobre o que o mesmo ensinou e pensou. O microfone não foi feito para que ninguém grite mais alto que o outro, mas como um meio de preservação da voz e para que ninguém fique mudo.

Rogério Ivan Souza de Aguiar 03/12/2013

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O Leigo também constrói o Reino de Deus


A Igreja de Cristo tem como principal missão promover sinais do Reino de Deus aqui na terra. Com o Concílio Vaticano II (1962-1965), resgatou-se uma visão fundamental de quem são os protagonistas da missão. Todos os batizados em Cristo são chamados a contribuir para essa missão de denunciar as injustiças e anunciar a boa-nova. Não é preciso ser um clérigo consagrado para ser operário nessa obra.
O protagonismo do leigo na evangelização, hoje, é concreto e indispensável. Isso não pela escassez de vocações consagradas, mas por ser também uma vocação em si. Se analisarmos profundamente o leigo e suas atividades paróquias, constataremos que uma boa parte das atividades (pastorais e movimentos) da vida de uma paróquia ou comunidade são animadas e conduzidas pelos leigos. Seu papel é incontestável e insubstituível: desenvolvem iniciativas, mantém a comunidade viva já que, na maioria dos casos, a presença dos padres é temporária como, também, são formadores das escolas humana e aplicam estudos e formação, capacitando novas lideranças e agentes.
Postura de vida na sociedade é um enorme desafio: construir a Igreja fora da Igreja. Viver aquilo que se proclama na palavra de Deus em um mundo secularizado e sustentado por desvalores não é fácil. Assim, como Jesus, o povo é convocado a anular os males que afligem e corrompem o coração do homem. Essa ação não é mágica e, de fato, requer muita disposição. Ela se realiza, no mundo da política, com cidadãos conscientes do significado do voto e que acompanham os acontecimentos, denunciando injustiças, como á miséria, a precariedade na saúde e á corrupção, opondo-se sempre às práticas que vão de encontro à Palavra de Deus.
Família, um testemunho de vida edificante. Vivemos numa era em que homens e mulheres supervalorizam o exemplo: Anunciar com palavras é insuficiente para edificar algo ou alguém. E, por isso, a instituição familiar (pai, mãe e filhos) pode ser uma chave para as portas da nova sociedade. Uma convivência enraizada na participação na comunidade, no diálogo familiar, na partilha da vida, na busca do crescimento mútuo é um modo profundo de experimentar vestígios desse esperado reino de Deus e suscitar em outros corações este desejo.
Escrito por/ Everson Carlos, Barra Mansa, Rj.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Autênticos Seguidores de Cristo


Vivemos em um mundo completamente distinto e cada vez mais distante do Cristo e do seu Evangelho. Um mundo o qual só se preocupa com os verbos: “ter” e “ser” que, ao mesmo tempo, implicam poder, egoísmo, desigualdade e preconceito.  Um mundo completamente despido das coisas divinas e revestido com as vestes mundanas, onde seguir o Cristo torna-se uma missão quase impossível. O verdadeiro Discípulo e autêntico seguidor de Cristo é aquele que em sua nudez reveste-se das coisas celestiais.       
Quando Jesus nos exorta dizendo: “nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade do pai que está nos céus”, (Mt 7, 21).  Está nos advertindo que, para entrar no Reino dos céus, é preciso, antes de tudo, aderir á sua Pessoa humana e Divina, e em segundo, para que sejamos verdadeiros proclamadores da sua boa nova. E só isto não bata! É preciso que nos afastemos de tudo aquilo que nos distancia de Deus e nos prende neste mundo: o materialismo, Dinheiro, egoísmo, preconceito e desigualdade social.
Somos exilados por esses mecanicismos terrenos, que além de nos deixarem inquietos, também roubam a paz e matam as esperanças daqueles que creem. Temos que ser firmes em nossa fé e assíduos em nossa oração. O verdadeiro Cristão luta pela vida e pelos direitos humanos sem medir esforço, mesmo que isso custe o seu próprio sangue. Jesus, imolando-se na Cruz, sofreu a maior de todas as exilações, para redimir os pecados de um mundo que em seguida, não reconheceu este amor.
Graças a Misericórdia do nosso bom Deus que á nos enviar Seu Filho amado, nos devolveu a alegria de coerdarmos novamente o céu o qual havíamos perdido por causa da nossa desobediência. Sendo assim, nós, também, Somos convidados a vivenciarmos este céu já aqui na terra. Mas o fato de nós recebermos este céu, novamente, não quer dizer que já estamos no paraíso. Para atingir á nossa meta final, o Céu, é preciso que sejamos colaboradores e divulgadores, e sobre tudo, praticantes da sua Palavra.
Somos convidados a levar á Lumen Gentium, que do termo latino significa luz dos povos, para que o mundo envolto ás trevas possa ter acesso à verdadeira luz que é o Cristo. O verdadeiro Cristão não deve silenciar diante das injustiças deste mundo, mas deve clamar para que o mundo viva aquela mesma paz que o Cristo nos ensinou. O mesmo também é convidado a calçar ás sandálias da justiça, da paz e, sobretudo, do amor, porque antes de amar este mundo, Deus nos amou primeiro. E através deste mesmo amor, seu cálice transbordou sobre nós, quando o mesmo quis se revelar enviando o Verbo encarnado para o nosso meio.


Rogério Ivan Souza De Aguiar 12/11/2013

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

“A Meta”

Nesta vida temos que ter uma meta a seguir. Ter uma meta a seguir, significa que você tem um longo caminho a percorrer, mas é preciso que saiba  para onde está indo, e, sobretudo, querer chegar, ou seja, ter os olhos fitos e querer alcançar esta meta. Uma folha seca levada pelo vento não tem uma meta, porque não sabe para onde vai. Se a folha soubesse para onde iria, teria uma resistência e não se deixaria ser conduzida aonde ela não pretendia chegar. Esta folha que não tem resistência pode percorrer muitos caminhos, mas o seu destino final pode ser em meio ás chamas.
No nosso mundo também têm “Pessoas-folhas”, pessoas que não têm uma meta e que não sabem aonde querem chegar; pessoas que não são resistente ás grande “tempestades” e “tsunamis” da vida. “Pessoas-folhas” são aquelas que se deixam levar pelos ventos e enchentes do mundo: pelas coisas do bicho ruim, do encardido, de Satanás, mas não resistem. Assim como uma folha que não reage e que não tem uma meta pode cair em qualquer lugar, o ser humano que se deixa levar “pelo vento da boca do encardido” poderá facilmente cair no fogo do inferno, tudo isso porque não teve uma meta e não foi suficientemente resistente e, muito menos sabia aonde queria chegar.
Temos uma meta: Jesus Cristo. Temos um caminho a seguir: A sua palavra. Temos um lugar aonde queremos chegar, o céu, morada eterna. Mas como resistir? Por meio da disciplina da oração! Percorrer os caminhos da sabedoria, não quer dizer que você não vai mais ter tribulação; que os ventos não vão mais soprar sobre o teto da sua humilde casa, mas ao contrário, tem que ser forte o suficiente para que a sua casa não desmorone, pois o firmamento da sua casa está no seu próprio ato de orar. Seja um bom orador que a sua casa resistirá às turbulências causadas pelo pai da mentira.
Uma coisa que nos chama bastante atenção é quê uma folha depois de seca é muito mais frágil que uma folha que está verde, ou seja, com vida. Essa veracidade é para nos mostrar que nós também somos assim: fracos, limitados, igualzinho a uma folha seca. Se não estivermos preparados, cairemos nas mãos do encardido que nos esmagará da mesma forma como fazemos com uma folha seca quando apertamo-la em nossa mão. Vou explicar melhor o quão poderosa é a nossa oração, quando bem direcionada e bem fundamentada, ou seja, quando bem dirigida a Deus. O caso é o seguinte: imaginemos que você vai fazer uma experiência, mas desta vez, utilizando duas folhas secas e um vaso de vidro. Pegue ás duas folhas, Coloque uma das folhas em algum lugar não muito habitado da sua casa, como por exemplo, num quarto onde você costuma guardar as coisas mais antigas. A outra coloque em um recipiente de vidro e guarde-a na sua sala de tv, mas deixe que o vidro permaneça bem tampado e é importante que você não a observe de imediata.
Depois de certo tempo, mais ou mesmos uns seis meses, observe o que aconteceu com ambas ás folhas. Você perceberá que, na folha que você deixou abandonada internamente no depósito; ao vento, ao frio, ao calor e a umidade, e depois de observá-la atentamente, vai chegar a conclusão de que a mesma vai estar um pouco desgastada, sofrida, rasurada, assim como uma folha de papel na mão de uma criança. Depois pegue a folha que está no vaso de vidro, e a compare com aquela que estava no depósito. Depois de submetê-las a uma análise crítica, perceberá que a folha que estava dentro do recipiente de vidro está muito mais bem conservada. Essa veracidade é  para  nos provar que a mesma foi protegida do frio, do calor, e, sobretudo, da baixa umidade, e por isso não sofreu nenhum dano.
Conosco funciona dessa mesma forma, quando oramos e quando nossa meta é o céu. A nossa oração é isso: este “vidro” que nos mantem protegidos de todos os perigos que o malvado nos prepara, de todos os seus laços. Já o depósito ao contrário, representa o “mundo aonde vivemos”, o mundo que percorremos quando nos afastamos de Deus e caímos nas mãos do malfeitor. Os danos causados naquela folha representam as sequelas e sofrimentos provocados pelos nossos pecados. A escolha é sua! Você quer continuar sendo guiado pelo encardido, ou pelo nosso Deus? O nosso Deus é um Deus de amor, de misericórdia, que perdoa. A exemplo daquele filho que saiu de casa e esbanjou seus bens com ás meretrizes, (Lc 15, 13) Deus também te perdoará, porque  pai sempre perdoa o seu filho arrependido. 

Rogério Ivan Sou de Aguiar 11/09/213

domingo, 4 de agosto de 2013

JESUS VEM AOS POUCOS


cultura africana, grega, italiana, norte-americana e alemã . Deem cultura aos católicos.”
Um deles que tinha mais poder do que os outros me agradeceu e disse que discordava de mim. Eu, padre, professor de catequese e comunicação, deveria ser o primeiro a ficar feliz que finalmente alguém estava falando de Jesus 24 horas por dia… Nada foi mudado.
Perderam audiência de maneira chocante. O líder que me repreendeu por que achar que havia Jesus demais naquela emissora, três anos depois deixou a movimento. Ele mesmo ficou saturado.
A reflexão que vem do papa Bento XVI no já mencionado livro, merece atenção especial. Ele fala de catequese progressiva. De um Jesus que vamos assimilando aos poucos. Ninguém está pronto para beber uma garrafa inteira de vinho sem perder a lucidez. Ninguém é capaz de respirar Jesus 24 horas por dia sem perder a lucidez. Vinho não embriaga ninguém. Nem Jesus. O que embriaga é o excesso. Orar demais é tão errado como nunca orar ou orar de menos. A doutrina chamada ascese existe para que encontremos Jesus do jeito certo e na dose certa! Mas diga a um bebedor inveterado que ele está passando do limite. Mesmo caindo de bêbado ele reagirá dizendo que nunca exagerou!
O mesmo Papa lembra que nos evangelhos está uma descoberta progressiva de Jesus. Marcos afirma: És o Cristo. Lc: És o Cristo de Deus e Mateus: És o Cristo, Filho do Deus vivo. Ele chama a esta catequese de uma lenta evolução de aprendizado. Nossa cristologia de hoje não começou no século passado e não vai se cristalizar. Jesus é como ouro: quem procura mais, quase sempre acha mais. Quem não procura, talvez veja o que um outro achou, mas nem sempre lhe dá o devido valor. Quem desesperadamente sai por aí garantindo que seu grupo achou mais do que todos os outros acaba vendendo ganga como se ouro fosse!
Ouça os pregadores, mas cuidado com os que dizem que Jesus lhes revelou tudo. Estes é que não merecem confiança. Jesus foi duro contra eles. Leia Mt 24,24-26.





                                        Pe.Zezinho, Scj. Tirado do Site do Padre.

terça-feira, 16 de julho de 2013

“A grande peregrinação do povo Sacerdotal rumo à plenitude Eterna”


Neste mês de Julho, estamos em preparação para á grande peregrinação do povo cristão, que envolverá jovens e adultos de determinadas raças e culturas, e, sobretudo, gente dos quatro cantos do mundo, que se reunirão em parceria com o nosso sumo pontífice, Papa Francisco e com á Igreja de Roma, para juntos celebrarmos á Jornada Mundial da Juventude, (JMJ) que acontecerá no Rio de Janeiro. A JMJ deste ano tem como lema principal á seguinte frase: “ide e fazei discípulos entre todas as nações (cof. Mt 28, 19)”. Á Igreja está caminhando rumo à plenitude eterna, com o sucessor do Apostolo Pedro, o Papa Francisco, com o povo, cada um em particular e como membros que compõem este corpo, e, por fim, com Cristo, que é a cabeça que sustenta e que dá vida á Igreja.
A Igreja em sua totalidade é Santa, Católica, apostólica e Romana e propõe um único batismo e professa uma única fé, para a remissão dos pecados, e, sobretudo, crê na volta de Cristo, que retornará para julgar toda á terra; os vivos e os mortos. Esta JMJ também é uma grande oportunidade para aqueles que estão às margens da nossa sociedade, ou seja, aqueles que ainda não tiveram acesso a pessoa Divina de Cristo, e que ainda não foram iluminados pela luz do seu Evangelho. Esta corrente de fé e oração também se entrelaçará com á Virgem Maria Mãe de Deus e da Igreja, e com todos os Santos e Santas doutores de Deus, que juntos no céu, intercederão a Deus por nossa salvação.
Cristo, durante a sua estadia aqui na terra, escolheu os doze, que formaram o grupo dos apóstolos anunciadores da palavra, e escolhendo-os os enviou dois á dois em missão, para que proclamassem seu Evangelho á toda ás criaturas. É neste mesmo ato de irmandade, que nós Criaturas, filhos de um Deus que é criador, nos responsabilizaremos para darmos continuidade á obra que Cristo deu inicio e, que só se concretizará com o nosso repouso na plenitude celeste. Devemos abraçar este projeto e conduzirmos através da palavra de Cristo, que é alimento e fonte de sabedoria os nossos irmãos e irmãs, inclusive os jovens da nossa sociedade que clamam por justiça neste mundo anti-cristão.
 Rogério Ivan Souza de Aguiar  16/07/2013



quinta-feira, 30 de maio de 2013

FAMILIA DIVINA


Do livro “Melhores Filhos, Melhores Pais”
Não gosto do verbo divinizar. Equivaleria em transformar ao que não é divino em divino. Já é muito conseguir humanizar a família. Da outra parte, Deus cuida! Quem não crê em Deus suprime esta parte. Quem crê a incorpora. Pensando no casal e nos seus filhos, nunca dissociados, a Igreja na qual congrego propõe à família terrena seu conceito de família divina: Deus é um ser e é três pessoas: Pai Santo, Filho Santo .e o que deles emana e vem é Espírito Santo .
Outras religiões terão suas concepções a respeito da unidade familiar. Mas, para todas há o vínculo e a unidade. Nem mereciam o nome de religião aquela que ignorasse os mistérios da vida a dois. São locomotivas interligadas. São forças conjugadas, ainda que os filhos sejam apenas crianças. Mas há poder nelas. Se homem e mulher amam serão poder aglutinador. Se não amam nem se amam serão poderes em conflito. Se aquela criança morrer ou perder o rumo por conta de pai e mãe egocêntricos, a maldição cairá sobre o casal que não as levou em conta. Serão trinta ou cinqüenta anos de “poderia ter sido, mas não foi”.
***
É raro falar dessas coisas sem que um teólogo nos lembre que o que foi dito ainda não é tudo. E não é mesmo! Como falar de uma realidade tão profunda como é a paternidade eterna, a filiação eterna e a ação eterna desse amor eterno, sem cometer gafes ou equívocos? Como ousar comparar Deus a um ser humano, ou o Deus incomparável a uma família imperfeita, como é toda a família? Como falar de relações divinas, se sabemos tão pouco sobre Deus? Como querer acertar em tudo, quando não acertamos nem na análise das relações humanas? Se não entendemos o amor de marido e mulher e de pais e filhos, que permanecem um mistério, como entender o amor de Deus?
***
Não obstante, as igrejas cristãs têm a ousadia de dizer que Deus é Pai, é Filho e é Espírito eterno. Deste conceito deriva a noção de pai ou de filho, proposta pelos cristãos. O mesmo dizem os judeus e muçulmanos, embora usem de outras terminologias. Mas a idéia e a de que o criador cuida e sabe o que é melhor para quem ele criou! Só divergem no conceito de Trindade, paternidade e de filiação eterna. Os cristãos dizem que o Deus único concebeu e criou tudo e continua criando o que criou. Em outras palavras , semeou, regou e continua cultivando. E aí vem o mistério. Se Deus tudo pode e não quer o mal, como explicar o mal? Mais adiante falaremos sobre este impasse.
***
Vamos errar sempre que quisermos dividir de canequinha e de fita metro espiritual a ação de Deus, garantindo que isso o Pai fez, aquilo o Filho e outra coisa fez o Espírito Santo. Para nossa cabeça fica mais claro, mas não é assim com Deus. Jesus põe um fim a esse tipo de raciocínio, quando diz que Pai e Filho são um só (Jo 10,30) e que aquele que conhece um conhece o outro e que ambos enviam seu sopro santo, seu Espírito, que não é os dois, mas é um com os dois.
Isto dizem os cristãos e já demais para nossa cabeça. Não admira que muita gente busque doutrinas mais fáceis, o que não ajuda em nada na busca sincera da verdade. Explicações fáceis nem sempre são verdadeiras, embora fraseologias complicadas também escondam mentiras.
***




E então? Acreditar no quê? Num Deus que nos queria aqui e nos concebeu desde sempre, mas um dia nos plantou aqui e nos criou para o tempo? Mais do que isso, criou-nos e prossegue nos gerando para a eternidade? Em resumo: somos frutos da família eterna chamada Trindade Santa, e estamos sendo educados dentro de todos os limites de uma família terrena para viver aqui no tempo, neste mundo, nesta era e nesta hora, e, depois, viver para sempre sem era, sem hora e sem limites. Mas, enquanto aqui vivermos, é aqui que se decide nosso amanhã eterno, dentro de famílias. Os pais da terra podem ajudar ou atrapalhar. Depende de como concebem e criam seus filhos.

                          Texto escrito por/ Padre Zezinho, scj, tirado do site oficial do Padre